Pacientes com doenças inflamatórias enfrentam dificuldade de acesso aos centros de infusão e kits.
Pacientes com Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa em todo o Brasil estão enfrentando uma crise alarmante. Desde que a Pfizer assumiu o fornecimento do infliximabe biossimilar em licitação do Ministério da Saúde, no final de 2024, relatos de dificuldades para acessar centros de infusão e falta de kits essenciais se multiplicaram. A situação compromete o tratamento e, principalmente, a qualidade de vida de milhares de brasileiros que dependem deste medicamento.
Diante deste cenário, a DII Brasil tem realizado uma série de ações estratégicas para proteger os direitos dos pacientes e buscar soluções urgentes.
Entre as ações está a cobrança à Pfizer. Após relatos das falhas, a DII Brasil entrou em contato com a empresa para exigir explicações e medidas concretas. Em resposta, a Pfizer afirmou desconhecer a situação e realizou uma reunião interna na terceira semana de janeiro. Nossa sugestão imediata foi que os centros de infusão anteriormente credenciados para o Remsima (Celltrion) fossem utilizados temporariamente para o Silfya, evitando interrupções nos tratamentos.
Apesar do compromisso da Pfizer em divulgar informações por meio de seu canal de atendimento, os pacientes ainda enfrentam dificuldades para obter respostas claras sobre onde podem realizar suas infusões.
A cobrança se estendeu também ao Ministério da Saúde. No entanto, segundo informação do órgão, o contrato atual, diferente do anterior, não prevê suporte aos centros de infusão, o que gerou uma falha grave no planejamento do atendimento aos pacientes. Por conta disso, foi solicitada a ampliação imediata da rede de infusão e a criação de uma relação nacional de clínicas credenciadas, com ampla divulgação.
O Comitê Jurídico da DII Brasil acompanha o caso para tomada de decisão no âmbito judicial, se for preciso, para garantir uma solução que atenda tanto às necessidades emergenciais quanto à prevenção de falhas futuras.
Parcerias
No último dia 17 de janeiro, a organização Colabore com o Futuro incluiu a questão dos centros de infusão para infliximabe em uma reunião com o Ministério da Saúde, destacando a gravidade da situação.
“Estamos finalizando uma ata conjunta, que será enviada ao Ministério com a lista de clínicas cadastradas no contrato anterior. A ata será assinada pela Colabore com o Futuro e DII Brasil. Neste documento, vamos incluir a relação das clínicas de infusão já cadastradas anteriormente pela Celltrion, para facilitar a solução do problema. A ata será enviada ao Ministério da Saúde por e-mail, e aguardaremos o prazo solicitado para que seja apresentada uma resposta que atenda às necessidades dos pacientes”, afirma Patrícia Mendes, presidente da DII Brasil.
Texto: Ivanete Damasceno
Comitê de Comunicação DII Brasil
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