Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), polifarmácia é o uso concomitante e rotineiro de 4 ou mais medicamentos (com ou sem prescrição médica). Essa condição é vista mais frequentemente em pacientes portadores de doenças crônicas (como a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa, por exemplo) e em decorrência do envelhecimento que, em muitos casos, a utilização de múltiplos medicamentos é necessária para o tratamento das condições clínicas destes pacientes.
Uma lista de múltiplos medicmentos pode incluir medicamentos de alto risco, mais de um medicamento prescritos para o mesmo propósito, medicamentos sem valor terapêutico, medicamentos contraindicados para a condição clínica ou para a faixa etária do paciente.
Quais os riscos da polifarmácia?
 ocorrência de interações medicamentosas entre os medicamentos ou
alimentos,
 ocorrência de reações adversas a medicamentos (RAM),
 maior risco de toxicidade,
 erros de medicação,
 redução da adesão ao tratamento
 elevação das taxas de hospitalização em decorrência desses eventos.

Muitas vezes, essas manifestações demoram a ser identificadas, o que pode prejudicar e retardar o tratamento e diminuir a qualidade de vida. É fundamental que os profissionais conheçam os medicamentos que tenham riscos potenciais, no intuito de prevenir eventos adversos decorrentes da combinação terapêutica. É necessário o envolvimento de profissionais e dos próprios pacientes para prevenir os riscos associados à polifarmácia. Sempre discutir com a equipe responsável a necessidade da utilização de todos os medicamentos prescritos e seguir
corretamente as recomendações dadas. Quando a polifarmácia é inevitável, os usuários devem entender a importância
do uso racional dos medicamentos e os riscos da automedicação (incluindo fitoterápicos), riscos da interrupção, troca, substituição ou inclusão de medicamentos sem conhecimento dos profissionais da saúde; o risco de possíveis alterações dos horários de administração e o monitoramento de possíveis RAM.

Sempre comunique ao seu médico ou profissional de saúde mais próximo sobre a ocorrência de alguma reação desagradável ou indesejada ao fazer a utilização de um medicamento ou alguma alteração na conduta.

Futuramente falaremos especificamente de medicação fitoterápica e do popular uso de chás.

Marcela Torisu Lemos – Farmacêutica Membro do Conselho Científico da DII Brasil